Capitulo 173

O doutor apareceu no corredor e chamou a morena. Vanessa se levantou e o acompanhou.

Quando entrou na sala viu austin deitado na cama, cheio de aparelhos, ela não segurou as lágrimas.

Austin- Vanessa... – ele tentou sorrir. – Vem aqui, eu não mordo. – ele dizia imóvel, parecia uma estatua.

Ela se aproximou e pode ver que ele estava muito pálido.

Van- austin. – ela disse baixinho. – Não fala, por favor. – ela pediu.

Austin- vanessa, eu acho que... – pausa. – Eu estou indo embora. – ela negou com a cabeça sem parar de chorar.

Van- Não... – negou dando um selinho nele. – Que bobagem meu amor.

Austin- Eu estou morrendo... – ele fez uma careta de dor. – Eu sinto.

Van- Para de falar bosta austin! – disse nervosa. – Você não vai morrer e pronto!

Austin- Promete uma coisa pra mim? – ele perguntou, ignorando o que ela tinha dito.

Ela sequer conseguia falar, ele estava péssimo e falando um monte de merda, definitivamente ele não podia morrer.

Van- Você não vai morrer caramba! – ela disse firme.

Austin- Eu vou sim... – deu um sorriso fraco. – Me promete que você vai ser feliz?

Van- Sem você eu não vou ser feliz. – ela negou, coçando a ponta do nariz. – Você é a única pessoa que me aceitou do jeito que eu sou, e eu te amo.

Austin- Eu também amo você baby V... – ele tossiu e em seguida gemeu de dor, parecia que tossir machucava muito, vanessa ficou com o coração apertado. – Vanessa... – pausa. – Eu vou embora, mas eu quero que você saiba, que você me fez muito feliz durante esses quase dois anos que a gente ficou juntos. – ele dizia com os olhos semicerrados. Ela chorava. – Você é a garota mais incrível que eu já conheci. É linda e autentica. E eu estou indo, mas eu quero que me garanta que vai ser feliz com um cara que te mereça... E de onde eu estiver eu vou estar te cuidando. – tossiu outra vez.

Van - austin para com isso, por favor. – soluçando. – Para austin!

Austin- vanessa eu vou morrer! – ele disse um pouco alto. – Eu quero que você siga sua vida! Mas também quero que se lembre de que um dia... Um cara te amou muito, muito Vanessa... Você foi a mulher da minha vida e eu sempre soube disso.
Eu fui muito feliz com você, você me fez o cara mais feliz do mundo. – pausa. – Vanessa , promete. – ele pediu ficando vermelho. – Promete Vanessa!

Van- Prometo.

Ele começou a se debater com os olhos bem abertos. Ela deu um grito estrondoso.

Van- AUSTIN! – berrou. O doutor chegou correndo com duas enfermeiras e pediu pra ela se afastar. – Não meu amor... – disse afastando um pouco. Seu olhar era de pânico, nunca na vida tinha visto ninguém morrer, e era extremamente doloroso presenciar aquilo com uma pessoa que você amava. O doutor fazia massagem, mas parecia que não estava adiantando. – AUSTIN ! – ela berrou.

Depois de alguns minutos o doutor encarou as duas enfermeiras e o paciente desacordado. Em seguida encarou Vanessa, que chorava abraçando o próprio corpo.

- Senhorita... – respirou fundo, tirando os óculos. – Eu lamento, mas ele faleceu.

Vanessa pôs a mão na boca e negou com a cabeça.

Van- NÃO! – ela se negava a acreditar. – austin! – se aproximou do namorado. – Acorda carinho! – disse segurando com força a roupa de hospital que ele usava e lhe sacodindo como podia. – Acorda! – berrou. – ACORDA AUSTIN! Não pode me deixar aqui, não pode! – ela o abraçou. – Não me deixa... – sussurrou sentindo o cheiro dele. – Por favor!

As enfermeiras a contiveram, e a afastaram de AUSTIN.

- Dê a noticia aos familiares, eu vou enviar o corpo para o necrotério. – o doutor disse e a enfermeira assentiu saindo com vanessa, que chorava como nunca. Ele cobriu o corpo de Austin, com pesar, enquanto botava os óculos outra vez. Um jovem tão novo com todo o futuro pela frente. Realmente pra morrer bastava estar vivo.

O resto do dia foi repleto de muita dor e tristeza. Ninguém estava acreditando que Austin  estava morto, era um golpe muito duro de aceitar. Quando zac voltou e lhe contaram que austin tinha morrido ele ficou em choque, e resolveu ficar ao lado de vanessa o resto do dia, afinal ela estava muito fragilizada.

A noite ele conseguiu convencer a morena a dormir um pouco e disse que levaria os bebês e cuidaria deles. Vanessa o agradeceu e chorou mais um pouco, logo estava dormindo. Zac a olhou com tristeza, era duro vê-la daquela forma.

Ash- Pode ir zac . – Ashley suspirou. – Eu fico com ela, você tem que levar os bebês, pra bota-los pra dormir.

Zac- Você tem razão... Qualquer coisa você pode me ligar. – ele disse e a loira assentiu.

Ash- Amanhã você vai ao velório? – ela perguntou.

Zac- Claro, eu vou dar uma passada lá. – ele suspirou. Aquilo era tão estranho, Austin  era uma cara tão cheio de vida e agora estava morto. A vida era realmente curiosa. – Cuida da vanessa.

Ash- Tchau. – ela sentou ao lado da morena e zac  saiu.

Despediu-se de Gina e pegou os gêmeos.

Gina- Obrigado por tudo o que fez pela vanessa hoje, querido. – gina disse enquanto ele arrumava os bebês na cadeirinha do carro.

Zac- Não tem que me agradecer gina. – ele deu de ombros. – vanessa está mal e eu só fiz o que qualquer pessoa faria... Eu espero que amanhã ela acorde melhor. – desejou verdadeiramente.

Gina- Eu também. – ela sussurrou.

Zac- E, por favor... Diga para a Nádia e a Betina irem trabalhar amanhã na minha casa... É provável que os gêmeos fiquem lá durante essa semana.

Gina- Claro querido, eu posso passar lá pra ver eles?

Zac- É claro gina. – ele sorriu e se despediu da mãe de vanessa. Depois foi embora.

No dia seguinte, Vanessa acordou e viu Ashley dormindo ao seu lado. Fechou os olhos e tudo veio a tona novamente, lembrou que austin não estava mais ali e sentiu seu coração doer. Tinha sonhado com ele durante boa parte da noite. Queria tanto que ele estivesse com ela, por que tinha que ser daquele jeito? Não tinha ânimo pra se levantar e não estava com fome, resolveu deitar outra vez e tentar dormir.

E depois de um tempo conseguiu por fim pegar no sono outra vez.

Mais tarde acordou e viu Ashley entrando no quarto.

Ash- Te acordei? – ela perguntou parada na porta.

Van- Não, eu acordei sozinha. – ela coçou os olhos.

Ash- E como você se sente? – a loira sentou ao lado da amiga.

Vanessa suspirou e mordeu o lábio olhando para o teto.

Van - Pior impossível... – ela disse descendo o olhar para Ashley e caindo no choro outra vez. – Eu estou me sentindo muito mal... Eu estou muito angustiada, muito mesmo.

Ash- Onw amiga. – ela a puxou para um abraço. – Não faz assim. – mordeu o lábio. – Eu entendo o que você está sentindo, quando eu perdi meu pai foi muito difícil... Mas temos que seguir adiante. A vida continua.

Van - Minha vida é uma merda. – ela disse encarando Ashley aos soluços. – Sabe o que é uma merda? – indagou abraçando seu ursinho de pelúcia.

Ash- É claro que eu sei, mas sua vida não é uma merda! Você não deve pensar assim. Austin não gostaria de ver você dessa forma Vanessa .

Van - É claro que é uma merda! – berrou. – E foi só eu abrir meu coração pra esse tal de amor de novo que mais uma vez eu tomei no****Olha como eu estou agora? – apontou pra si mesma. – Sempre Ash, sempre que eu tento ser feliz com um cara eu acabo sofrendo. Primeiro foi o Efron, que me iludiu todo aquele tempo, me engravidou e partiu meu coração em mil pedaços. E agora que eu estava começando a esquecer dele com um cara que sempre me amou e me respeitou, que sempre foi um amor de pessoa comigo, acontece isso! Eu acho que eu não nasci pra ser feliz. – negou com a cabeça.

Ash- vanessa, você sabe que não é assim. – Ashley suspirou. – Você precisa confiar em si mesma. Se isso aconteceu é por que não era pra ser. O destino tem outros planos pra sua vida, você só precisa ter paciência.

Van - Desde quando virou uma guru com essas palavras de consolo? – ela enxugou as lagrimas.

Ash- Bom, algumas coisas minha mãe falou quando meu pai morreu. É claro que perder um pai não é como perder um namorado, eu não transava com meu pai... Mas acho que serve do mesmo jeito.

Zac- Olha lá Matheus você é o mais comportado, não faça isso com o papai, filho. – deu um beijinho no pequeno. – Vem aqui campeão. – pegou ele no colo. – Eita que você está crescendo rápido demais. Não é? – sorriu e beijou a cabeça dele. – Agora se comporte e não dê muito trabalho pra Betina e pra Nádia viu? – o celular do loiro tocou. Ele enfiou a mão no bolso da calça e puxou o aparelho, era sami. – Oi sami.

Sami- zac? Cadê você?

Zac- Estou em casa. – ele disse botando o filho no chão para brincar. – Algum problema?

Sami- Não, eu pensei que você estava lá no velório do cara... Não disse que ia? – ela indagou olhando as unhas.

Zac- Eu vou sim, já estou saindo de casa, você quer ir comigo?

Sami- É claro, passa aqui pra me buscar. – ela disse prontamente não ia permitir que ele ficasse agarrado em vanessa o velório inteiro. Conhecia o tipo de mulher que vanessa era e sabia que a morena estava esperando o momento mais oportuno para dar o bote.

Zac- Tudo bem, eu estou a caminho. – ele desligou. – Eu preciso ir. – ele disse as meninas. – Ah e cortem as unhas do Gabriel, ontem ele arranhou o pescoço da sami com tanta força que sangrou. – foi até o berço e beijou o pequeno adormecido. – Daqui a pouco a vanessa deve ligar... – o celular dele tocou outra vez e ele viu que era ela. – Falando nela. – sorriu e atendeu. – Oi vanessa.

Van- zac. – ela disse com a voz um pouco embargada. – Como estão meus filhos?

Zac- Eles estão bem. – olhando austin no chão, que caminhava desajeitado até os brinquedos. – Estão muito bem vanessa, e você como acordou?

Van- Péssima. – ela suspirou. – Eu preciso de um tempo sozinha, e eu agradeço por você ter levado os gêmeos, no momento eu não estou com cabeça e nem capacidade pra ser mãe.

Zac- Eu entendo. – ele mordeu o lábio. – Você não vai ao velório?

Van - Não, eu... – pausa. – Eu não quero ir... Eu não quero vê-lo lá, jogado em um caixão. 

Zac- É o melhor. – ele assentiu. 

Van- Você vai?

Zac- Sim, eu vou passar lá, já mandei entregarem um coroa de flores e agora estou indo até lá. 

Van - Ok. – ela deu um sorriso sem vontade. – Eu preciso desligar, mas tarde eu ligo de novo e qualquer coisa com os bebês pode me telefonar.

Zac- Não se preocupe... Eu só quero que descanse e fique bem.

Van - Valeu! Tchau zac! – desligou.

Ele suspirou e olhou para o telefone, era tão estranho ver Vanessa assim. Ele sempre foi acostumado a vê-la zoando todo mundo e com o humor nas alturas. De alguma forma lhe doía vê-la assim, ver como ela estava sofrendo com a partida de austin, lhe deixava um pouco perturbado. Saiu de seus devaneios quando ouviu a voz da babá.

- zac? – berrou. Ele a encarou confuso.

Zac- O que foi Betina?

- A vanessa tá melhor? – a mulher perguntou.

Zac- Não, eu acho que ela não vai melhorar agora. – ele suspirou tristemente. – Esse tipo de dor só o tempo é capaz de curar. – disse pegando o paletó e botando nos ombros. – Estou indo, se cuidem! – saiu.

Dois dias depois. Vanessa acordou de repente, tinha tido outro sonho com austin, mas dessa vez fora um sonho diferente dos outros. Nos outros ela sempre sonhava com ele sofrendo na cama do hospital antes de morrer, e dessa vez ela sonhou com ele sorrindo e correndo atrás dela em um grande gramado, como se fossem duas crianças. 

Austin- Você não é assim vanessa. – ele disse tocando a mão dela. – Você é uma mulher cheia de vida, e é assim que eu quero que você continue. Eu estou bem, e estou feliz aqui, eu quero que pare de chorar por causa de mim!

Ela sorriu em meio às lagrimas ao lembrar-se das palavras dele no sonho, e era a única parte da conversa que ela lembrava. A outra parte fora apagada de sua memoria como se não existisse. Ela sabia que ele estava bem e o sonho foi um sinal, mas a saudade era demais, era impossível esquecer. Levantou-se e tomou um banho demorado, se vestiu e desceu.

Gina- Vanessa minha filha! – gina sorriu ao vê-la se aproximando. – Ainda bem que você saiu de dentro desse quarto meu amor!

Van- Pois é mãe. – ela deu um sorriso forçado. – Acho que me trancar no quarto não vai trazê-lo de volta não é?

Gina a abraçou e sorriu de leve... Estava aliviada por ver que vanessa desceu, ultimamente a menina estava muito abalada, quase não dormia e quando dormia e quando dormia era com a ajuda de calmantes, comer também ela não fazia mais com frequência, tinham que adular.

Van- Papai já foi? – gina assentiu.

Gina- Sim, ele saiu cedo. Come um pouquinho filha. – pediu cortando uma fatia de bolo. – Você precisa comer, esses dias você só beliscou.

Vanessa suspirou e sentou-se pra comer, comeu pouco e em seguida levantou.

Van- Eu vou sair. – anunciou buscando as chaves de Luisinho. – Vou ao cemitério e em seguida vou buscar meus filhos. – ela abraçou o próprio corpo. – Acho que só eles vão me ajudar a superar.

Gina- Você tem razão! – sorriu. – Vá com Deus meu amor. – fez o sinal da cruz em Vanessa . – Cuidado.

A morena saiu de casa e logo chegou ao cemitério pediu umas informações e um funcionário de lá a levou até o tumulo do Austin. Quando chegou lá ela engoliu o choro e mordeu o lábio. Odiava cemitérios, odiava mortes, odiava tudo aquilo. Abaixou-se ali e ficou observando aquele túmulo.

Nathália – Você Vai Voltar Pra Mim ♪

Posso até sangrar que agora já não dói mais, me acostumei... Já parei de chorar quando alguém fala de você, eu sei... Te perdi, não dormi, me acabei, nunca mais volto atrás, foi demais, não mereci teu amor, sabe Deus onde foi que eu errei, tudo bem, mas essa noite eu sonhei... Com teus olhos nos meus olhos, ouvi o som da tua voz dizendo que se arrependeu... Tô morrendo sim, de saudade! Me diz que a dor chegou ao fim... E você vai voltar pra mim... ♫

 Comentem MUITOOOO. .. 

   Xoxooo ..